A arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) é uma espécie endêmica do Brasil e encontra-se criticamente ameaçada de extinção, sendo uma das aves mais raras do mundo. Estima-se que sua população é de cerca de 1.200 indivíduos. Sua ameaça se dá devido ao tráfico de animais silvestres e a destruição do seu habitat. A ave é encontrada exclusivamente na caatinga baiana, nos desfiladeiros da Reserva Ecológica Raso da Catarina, próximo à cidade de Paulo Afonso, no norte do sertão baiano.
A espécie foi descrita no ano de 1856, porém sua área de ocorrência era desconhecida e permaneceu assim por quase um século. Foi somente em 1978 que a espécie foi localizada no nordeste do estado da Bahia, ao sul do Raso da Catarina. Sua área de distribuição abrange os municípios de Jeremoabo e Canudos, onde as araras pernoitam e utilizam as cavidades dos grandes paredões de arenito para se reproduzir. Pela manhã as aves saem da área de repouso e se deslocam para as áreas de alimentação, que estão distribuídas nos municípios de Paulo Afonso, Santa Brígida, Euclides da Cunha, Monte Santo, Sento Sé e Campo Formoso.
Para chegar a estes locais as araras chegam a se deslocar até 60 km. No final da tarde, é possível avistar os bandos retornando de diversas direções, vocalizando e sobrevoando os paredões até se acomodarem para dormir. Sua alimentação consiste basicamente de cocos da palmeira licuri (Syagrus coronata), chegando a cada indivíduo consumir em média 300 cocos num só dia. Também se alimenta de baraúna, umbu, a mucunã, o fruto de cactos como o mandacaru e o facheiro, além do milho.
Para preservar a espécie diversos projetos estão sendo desenvolvidos na tentativa de estimular o crescimento da população das araras, sendo o foco principal a preservação da palmeira licuri, que é o principal alimento da ave.
Referências:
http://www.icmbio.gov.br/cemave/pesquisa-e-monitoramento/arara-azul-de-lear.html